O que é transtorno sensorial?

Você já se sentiu incomodado com algum barulho, luz ou cheiro que ninguém mais parece notar? Ou já teve dificuldade para se concentrar em uma tarefa por causa de estímulos externos? Se sim, você pode ter experimentado um pouco do que é o transtorno sensorial, uma condição que afeta a forma como o cérebro processa as informações dos sentidos.




O transtorno sensorial, também chamado de transtorno de processamento sensorial (TPS) ou disfunção de integração sensorial (DIS), é uma condição neurofisiológica que causa uma desordem na forma como o sistema nervoso e o cérebro recebem, interpretam e respondem aos estímulos sensoriais vindos do ambiente ou do próprio corpo.

Os estímulos sensoriais podem ser visuais, auditivos, olfativos, gustativos, táteis, proprioceptivos (relacionados à posição e movimento do corpo) ou vestibulares (relacionados ao equilíbrio e à gravidade). As pessoas com transtorno sensorial podem ter dificuldade para processar um ou mais desses tipos de estímulos, o que pode afetar o seu desenvolvimento, aprendizado, comportamento e qualidade de vida.

O transtorno sensorial pode se manifestar de duas formas principais: a hipersensibilidade e a hipossensibilidade. A hipersensibilidade é quando a pessoa percebe os estímulos com mais intensidade do que o normal, podendo se sentir irritada, ansiosa, assustada ou desconfortável com sons, luzes, cheiros, texturas ou movimentos que não incomodam outras pessoas. A hipossensibilidade é quando a pessoa precisa de mais estímulos para sentir alguma sensação, podendo se mostrar apática, desatenta, desajeitada ou buscar constantemente atividades que lhe proporcionem mais excitação ou esforço.

Os sintomas do transtorno sensorial podem variar de acordo com a idade, o tipo e o grau de comprometimento sensorial. Algumas pessoas podem apresentar apenas alguns sinais leves e pontuais, enquanto outras podem ter um quadro mais severo e persistente. Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • - Intolerância a certas roupas, tecidos, etiquetas ou costuras que causam coceira, desconforto ou dor na pele.
  • - Intolerância a ruídos comuns como latidos de cachorro, sirenes, campainhas ou conversas que causam angústia, medo ou agressividade.
  • - Intolerância a luzes fortes, brilhantes ou piscantes que causam dor de cabeça, náusea ou irritação nos olhos.
  • - Intolerância a cheiros fortes ou diferentes que causam enjoo, repulsa ou alergia.
  • - Intolerância a sabores ou texturas de alimentos que causam náusea, vômito ou seletividade alimentar.
  • - Dificuldade para usar as habilidades motoras finas como segurar um lápis, abotoar uma roupa ou cortar com tesoura.
  • - Dificuldade para usar as habilidades motoras grossas como correr, pular, escalar ou andar de bicicleta.
  • - Dificuldade para manter o equilíbrio, a coordenação e a orientação espacial.
  • - Dificuldade para regular o tônus muscular, a postura e a respiração.
  • - Dificuldade para regular as emoções, os impulsos e as reações.
  • - Dificuldade para se adaptar a mudanças na rotina, no ambiente ou nas expectativas.
  • - Dificuldade para se concentrar, memorizar e organizar as informações.
  • - Dificuldade para se relacionar com outras pessoas, expressar sentimentos e compreender regras sociais.

O diagnóstico do transtorno sensorial é feito por meio de uma avaliação clínica com um profissional especializado em integração sensorial. Essa avaliação envolve uma entrevista com os pais ou responsáveis pela criança.

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